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A Casa Encantada

A Casa Encantada

Barbara Cartland

 

Verlag Barbara Cartland Ebooks ltd, 2021

ISBN 9781788674126 , 298 Seiten

Format ePUB

Kopierschutz Wasserzeichen

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4,99 EUR

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A Casa Encantada


 

CAPÍTULO II

O Duque passou uma noite que considerou pouco confortável, numa estalagem da ala postal, perto de Oxford.

Em outra ocasião, teria se hospedado em Blenheim Palace, com o Duque de Marlborough. Mas, quando seu secretario sugeriu isso, respondeu que a viagem era secreta e que ninguém deveria saber qual o seu destino.

Garston era demais bem treinado para demonstrar surpresa.

O Duque tornou claro que os criados não deviam falar sobre seu paradeiro, nas tavernas aonde iam depois do trabalho, e que nenhum de seus amigos devia ficar sabendo que ele não se achava em Minster.

Vian sempre viajava com o máximo conforto. Levava sua roupa de cama, seus talheres de prata. Um dos batedores, que era um chefe experiente, preparava, nas cozinhas das estalagens, a comida de que ele gostava.

Mesmo assim, após apenas algumas horas de sono, depois dos excessos da noite anterior, acordou sentindo-se deprimido.

Era bastante inteligente para perceber que isso acontecia devido à perspetiva dos dias que teria que passar sozinho, sem a companhia dos amigos ou de uma bela mulher.

Não se lembrava de situação semelhante jamais ter ocorrido. Disse a si mesmo que ia ficar terrivelmente entediado e contando as horas até Eddie chegar.

Mesmo assim, achava que nem a companhia do amigo aliviaria a monotonia de dias intermináveis, sem ter o que fazer.

«Teria sido melhor se eu fosse para o exterior.»

Acreditava que Paris, pelo menos, lhe proporcionaria os divertimentos que faziam parte de sua vida. Em sua última visita a Paris, descobrira que as «cortesas», uma palavra polida para descrever esse tipo de mulher, tinham um encanto e uma experiência que não eram encontrados em nenhuma outra capital.

Agora lhe ocorreu que estava precisando de uma amante francesa, para aliviar a monotonia das noites em Queen’s Hoo, sem ter o que fazer, a não ser ler.

Não que ele não gostasse de ler. Era um homem muito lido.

Mas, quanto mais se afastava de Londres, mais aborrecido ficava por a Rainha tê-lo exilado, não apenas do Palácio, como de sua rotina, atrapalhando assim toda a sua vida.

Mas, no íntimo, sabia que grande parte da situação atual era culpa exclusiva dele, por ter-se envolvido com Dilys Chertesey.

Só de pensar nela, seu rosto se tornou sombrio. Procurou convencer-se de que suas suspeitas eram infundadas e de que, Graças ao excesso de álcool, talvez não tivesse entendido bem o que Dilys dissera. Mas duvidava disso.

Ser otimista era não ser realista. Eddie tinha razão, ao dizer que não devia correr risco com Dilys.

Como as horas demoravam a passar, ele se levantou antes do amanhecer, para escrever um bilhete.

Pediu a Eddie que não somente fosse ao seu encontro o mais depressa possível, mas também que levasse duas mulheres, que os ajudariam a passar o tempo de maneira mais agradável do que se estivessem sozinhos.

Refletiu alguns momentos, antes de acrescentar os nomes das duas. Uma era mulher muito atraente, meio húngara, meio francesa, que ele estava pensando em tomar sob sua proteção.

Ele a tinha visto, pela primeira vez, quando passeava a cavalo pelo parque. Parecera-lhe atraente, com um ar de mistério, provavelmente devido ao fato de ser mestiça.

Mas não foi apenas o rosto que lhe chamou a atenção, e também o jeito como montava e a elegância de sua montaria.

Só depois de fazer perguntas a respeito da mulher, ficou sabendo que sua aparência e habilidade equestre faziam parte de sua «profissão».

Várias mulheres estavam se estabelecendo em Londres, como domadoras dos cavalos das cocheiras de aluguel. Os cavalheiros de posses geralmente traziam seus próprios animais para a capital, mas havia uma grande procura para outros, principalmente para as pessoas e as filhas desses senhores. As cocheiras de aluguel forneciam cavalos não apenas de raça, como bem treinados.

Muitas damas, que achavam que montar era elegante, ficavam nervosas quando se viam em cima de um cavalo. Por isso, muitas moças vindas do campo ganhavam a vida domando esses animais.

Várias cocheiras de aluguel logo perceberam que, fazendo com que uma mulher bonita montasse um de seus cavalos, poderiam vendê-los a bom preço.

O Duque soube que uma das melhores cocheiras de Mayfair exibia seus cavalos no parque, montados por beldades que, além de bonitas, eram tão caras como suas montarias.

Levou Gigi, uma delas, para jantar e descobriu que a moça tinha um espirito estimulante, provavelmente devido à sua mãe francesa, ao passo que sua maneira de montar devia ter sido herdada do pai húngaro.

Ele não lhe fez nenhuma proposta, na ocasião, mas sabia que, se oferecesse a Gigi a casa que possuía em Chelsea, desocupada no momento, ela aceitaria alegremente.

No que dizia respeito as suas amantes, Vian nunca agia precipitadamente. Melhor do que ninguém, sabia com que facilidade se cansava de uma mulher que a principio o havia atraído e que achara desejável. Quando isso acontecia com uma das beldades da sociedade, mulheres invariavelmente casadas, era fácil dizer adeus, ou simplesmente afastar-se, sem que houvesse uma cena ou recriminações.

Em quase todos os casos, a senhora em questão era orgulhosa demais para demonstrar sua humilhação.

A experiência do Duque com mulheres de outra classe era um tanto diferente. Essas, mesmo recebendo uma generosa compensação, costumavam ter crises de choro, ameaçar escândalos e demonstrar ciúme pela substituta.

Várias vezes ficavam agressivas, recusando-se a acreditar que o Duque não as queria mais.

Vian compreendia que isso acontecia porque todas o consideravam um amante irresistível, quase sempre lutando como tigresas para evitar que as deixasse.

Isso significava que a casa de Chelsea estava mais tempo desocupada do que ocupada.

O Duque ficou pensando agora se não seria tolice instalar ali outra amante. Ao mesmo tempo, Gigi era muito atraente. E estaria mais seguro com uma profissional do que com uma amante entusiasmada como Dilys, que ambicionava casar com ele.

Fosse como fosse, sabia que Gigi agarraria a oportunidade de ir com Eddie passar uns dias no campo, em casa do Duque.

Ele tinha notado outra amazona muito bonita, que trabalhava para a mesma cocheira e que iria divertir Eddie, a não ser que o amigo preferisse escolher ele mesmo sua companheira.

Eram amigos há tanto tempo, que o Duque conhecia o gosto de Eddie quase tanto quanto o seu. Betsy, viva, animada, de cabelos domados e olhos azuis, faria um belo contraste com a morena Gigi.

—Elas vão alegrar muito o ambiente— murmurou, assinando o bilhete com um floreio.

Colocou-o num envelope e depois deixou o envelope selado sobre a mesinha, pronto para ser mandado no dia seguinte pela mala postal.

Finalmente, dormiu tranquilo, até o criado de quarto vir acordá-lo, as oito horas. Dali a meia hora, estava saboreando um farto desjejum preparado por seu cozinheiro, antes de partir para Queen’s Hoo.

Era um dia ensolarado e o Duque partiu cedo, antes que esquentasse demais. Tendo chovido durante a noite, a poeira não era excessiva. Apreciou a beleza do campo, os morros, as campinas verdes, as sebes floridas e o perfume das madressilvas.

Quando chegaram diante da estalagem onde pretendia almoçar, o Duque viu, com surpresa, um criado com a libré de sua casa, de pé, à porta.

Reconheceu um de seus cavalariços e achou que devia ser o rapaz enviado por Garston para avisar em Queen’s Hoo que o patrão estava a caminho.

—O que aconteceu?— perguntou, bruscamente, quando o rapaz correu para o faetonte.

—Desculpe, Vossa Graça, mas não pude prosseguir viagem.

—Por que não?

—Rufus começou a mancar, quando estávamos chegando aqui. Chamei o veterinário, e o cavalo não vai poder andar durante alguns dias.

O Duque apertou os lábios, contrariado. Detestava alterações em seus planos, mas sabia que a culpa não era do cavalariço, porque seus cavalos eram muito bem tratados, e os empregados, de toda confiança.

Apeou, ouvindo as nervosas explicações do rapaz sobre o que havia acontecido.

Antes de mais nada, o Duque foi até a cocheira, para ver Rufus. Percebeu que o cavalo tinha estirado um tendão numa das pernas traseiras e que não poderia andar antes de ficar totalmente restabelecido.

Calando as desculpas gaguejadas do cavalariço, foi para a estalagem, onde devia almoçar.

Não estava preocupado com o incidente, porque em todas as suas casas os criados sabiam que deviam ter tudo sempre em ordem, caso o patrão resolvesse aparecer e trazer alguns hóspedes.

Fazia doze anos que não ia a Queen’s Hoo, mas Garston fiscalizava os administradores e os agentes de todas as propriedades e tinha certeza de que a criadagem estaria completa. Caso contrário, alguém ia...